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O último a sair apague a luz

Após a surpresa desagradável do Brexit, a Itália será o próximo país a sacudir os noticiários econômicos e políticos. 


Os italianos irão às urnas no próximo dia 4 para votar um referendo que poderá mudar, e muito, suas estruturas políticas e o destino de seu primeiro-ministro Matteo Renzi. Proposta com o objetivo de “simplificar o país”, a reforma constitucional alvo da consulta pública deixou o mundo em alerta pelo seu tamanho, complexidade e impactos.

Para o Financial Times, uma eventual derrota da série de propostas poderá ameaçar a permanência da Itália na zona do euro, enquanto para o jornal The Telegraph, esse referendo “é o novo desafio do estabelecimento político depois do Brexit e da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos”.
O referendo de dezembro é considerada o mais importante no país desde a Segunda Guerra Mundial. O pacote foi aprovado pelo Parlamento nos idos de 2014, mas agora caberá aos italianos definir se ela se consolidará.

A ideia principal da medida é a de alteração da constituição de modo a reduzir os poderes do Senado, o que, em tese, contribuiria para a estabilidade, simplificando o processo legislativo, agilizando o sistema eleitoral e colocando fim à eterna crise política do país. 


A Itália vive sobre a sombra de um trauma vivido na Segunda Guerra Mundial. O parlamento possui maior poder na tentativa de evitar uma liderança única no país. Para isto foi incorporado ao seu arcabouço político e jurídico um sistema de freios e contrapesos similar ao que observamos no Brasil, no qual um poder fiscaliza o outro.

Os efeitos da não aprovação da reforma trará grande instabilidade aos mercados e pode vir a ser o início da derrocada da União Européia uma vez que contaminará outros países. Como exemplo podemos citar Portugal cujo títulos de dívida atingiram níveis não alcançados a muitos anos atrás. Segunda regra do BCE os países só tem acesso a linha de crédito fácil se possuírem grau de investimento de pelo menos uma agencia de rating.


Pois bem, Portugal possui investment grade apenas a DBRS, Uma pequena e desconhecida agencia canadense. Mesmo ela já avisou que caso seus títulos cheguem ao patamar de 4% precisará rever seu rating. Hoje os títulos negociam a 3,9%.

Quem viver verá. Por hora estoquemos água, comida, munição e fujamos para as montanhas nos preparando para o apocalipse zumbi.

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